E no dia vinte e seis de outubro de 2021, Bahia - Brasil, acordei às cinco e meia ansiosa para voltar para casa e rever meus bichanos e cuidar da minha casa. Lar temporário, onde estou exilada. Após o rompimento com o ilusório e suposto romance que fui submetida violentamente, rompimento após cinco anos de autonegligência ou voraz esperança de dias melhores ou enquadramento numa vida que não era minha e nada tinha a ver comigo.
Às sete e trinta com um smartphone emprestado do meu amigo, anfitrião costumaz desse meu breve de período de moradia em Salvador. A ligação foi para parabenizar à mainha pelo seu aniversário, setenta e seis anos. A falta de recursos financeiros de ambas não permitiu-nos a comemoração com cervejas geladas, o tradicional escabeche de corvina ou algum passeio na praia da Ribeira. Comemoração adiada e ela trata o aniversário como um dia qualquer do cotidiano.
Estamos e eu Luma fazendo a travessia da Baía de Todos os Santos. O tempo está abafado, quente e o céu nublado, promete dias de chuva, iguais no verão. Ela adormeceu na metade da viagem. A travessia dura 1 hora. Prossigo a leitura do romance. Sigo ansiosa para chegar em casa, planejo o almoço entre uma página e outra, estamos famintas.
